E tem um outro público que precisamos falar com mais cuidado: OS NEGACIONISTAS
Para além do desconhecimento que pode levar ao compartilhamento de notícias falsas, é importante se atentar para o fato de que a produção de conteúdos de desinformação é feita, frequentemente, por redes organizadas que buscam desacreditar, dentre outras coisas, o conhecimento científico.
O negacionismo – atitudes disseminadas que negam a realidade — merece um olhar especial. Os estudos sobre fake news demonstram que existem diferentes motivações para as pessoas acreditem em notícias falsas que perpassam vieses de confirmação das suas crenças, laços e interações sociais da família, igreja e ambiente de trabalho e gatilhos emocionais. Por isso, é preciso um cuidado extra quando vamos tratar deste assunto com o público suscetível a acreditar em notícias falsas.
1) Confira sempre, em fontes confiáveis, o conteúdo do que você vai republicar ou utilizar para produzir novo conteúdo.
2) Não republique informações falsas e/ou negacionistas, mesmo que seja para criticar.
Os algoritmos das redes sociais ampliam as postagens quanto mais elas forem republicadas, independentemente da veracidade do conteúdo e se as reações são positivas ou negativas. Ao invés de republicar crie campanhas internas com grupos seguros para denúncia em massa do conteúdo.
3) Não caia na espiral do silêncio!
Se os seus familiares ou qualquer pessoa com quem você dialoga postarem ou replicarem informações inverídicas ou descontextualizadas (pessoalmente, em redes sociais ou em grupos de whatsapp) informe imediatamente que aquela informação é falsa. Busque notícias ou conteúdos confiáveis demonstrando que é falso. Faça isso com gentileza, para não cortar o diálogo, afinal, todo mundo pode se enganar. É muito importante, principalmente em mensageiros como whatsapp, escrever no texto e até colocar na imagem que é falso, não mande somente links, pois muitas vezes as pessoas não clicam.
4) Se você é de uma organização com maiores recursos humanos, crie uma rotina de monitoramento de palavras-chaves em redes sociais como Facebook, Twitter e Youtube e peça aos seus colaboradores para comentarem em postagens falsas, principalmente de autoridades, questionando a veracidade da informação e apresentando os dados ou as fontes confiáveis.
5) Crie conteúdos desmentindo Fake News com frequência!
Apesar de acharmos que determinados temas estão pacificados, o ecossistema de desinformação retoma informações falsas antigas com frequência. Então, assuntos como Cloroquina e uso correto de máscaras devem sempre ser reforçados.
6) Monitore as redes de desinformação
É importante destacar que as redes de desinformação não se preocupam em ter coerência — eles podem ter uma opinião de manhã e ao menor sinal de que isso está se descredibilizando, mudar de opinião no mesmo dia. Então, é importante monitorar as suas ações e identificar quais são os temas de destaque no momento para criar campanhas de contrainformação. As agências de checagem fazem um excelente trabalho e podem ajudar nesta análise.