Nos últimos meses, diversos sistemas digitais públicos foram alvo de ataques hackers. O caso mais famoso até agora envolveu o Ministério da Saúde e a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) e o ConecteSUS. O ataque comprometeu por meses o funcionamento das plataformas e comprometeu o acesso a informações importantes sobre vacinação, casos e mortes da pandemia de covid-19.
O caso mais recente aconteceu no último dia 30 de março, quando o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), em São Paulo, anunciou que foi alvo de um ataque cibernético que tornou indisponíveis todos os serviços prestados pela corte. Esse não foi o primeiro ataque cibernético sofrido por tribunais ao redor do país. Em fevereiro deste ano, o Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES) também sofreu um ataque semelhante.
Esses ataques cibernéticos, cada vez mais frequentes, acionaram o alerta do TSE contra a ação de terroristas digitais. Desde já, é fundamental ressaltar que o resultado da eleição não está ameaçado, pois o sistema eleitoral eletrônico foi idealizado para garantir proteção contra qualquer tentativa de fraude, já passou por diversos testes desde que foi implantado, em 1996, e até hoje não surgiu uma única evidência de que os votos podem ser alterados para beneficiar ou prejudicar quem quer que seja.
A preocupação do TSE está na divulgação dos resultados no dia da eleição. Ele sabe que está na iminência de enfrentar uma guerra cibernética durante os dias de votação. Os técnicos do tribunal, por exemplo, não têm dúvida de que o processo eleitoral brasileiro entrou na lista de alvos prioritários do terrorismo digital. A preocupação é com a velocidade da contagem dos votos. É para comprometer o andamento deste processo que os especialistas acreditam que criminosos virtuais planejam ataques massivos e simultâneos ao site do tribunal, o que pode sobrecarregar o sistema e provocar um colapso.
É fundamental que a sociedade brasileira comece a discutir esse cenário e apontar caminhos para termos as melhores eleições possíveis. A lisura do processo eleitoral é fundamental para a solidez da nossa democracia e não podemos permitir isso.